Com permissão de mãe e filha, compartilho aqui uma sessão que, tenho certeza, provocará reflexões em muitos pais.
Na terceira sessão de Orientação Vocacional, a adolescente, de 17 anos, pediu para que a mãe entrasse junto na sala de atendimento. A mãe ficou surpresa com o pedido (confesso que eu também).Assim que sentamos, olhando para sua mãe, a adolescente falou com segurança: “como antes de eu entrar nas sessões você faz um briefing do que eu devo dizer e perguntar à Gabriela e quando saio você faz um verdadeiro interrogatório, acho que seria melhor você fazer a sessão no meu lugar”.
Essa fala contundente nos leva a refletir sobre as expectativas e o controle dos pais sobre seus filhos. Estamos diante de uma geração que está crescendo quase sem margem para erros. Pais esperam as melhores notas, a melhor fluência em inglês, a melhor atuação em olimpíadas e fóruns, e por aí vai. Errar, não querer, não saber, entristecer não cabem na “agenda” dos adolescentes. E neste relato vamos além, vimos que nem mesmo a privacidade da menina ficou isenta.
De maneira muito clara, a adolescente pontuou seu incômodo quanto a postura da mãe. Mas nem todos os adolescentes conseguem se posicionar.Então, cabem aos pais estarem atentos e preservarem o espaço pessoal de seus filhos.
*Gabriela Azevedo é psicóloga, com mestrado em Comportamento do Adolescente, especialista desenvolvimento socioemocional e programas de carreira.
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