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Foto do escritorGabriela Azevedo

Entre o videogame, o TikTok e o estudo à distância – como ajudar meu filho?

Atualizado: 1 de jun. de 2020


Estamos avançando em nossa quarentena e não foram poucos os pais que comentaram comigo sobre a dificuldade de motivar os filhos para o estudo à distância. E apontam alguns vilões que não tem contribuído para o processo. Entre os meninos, o videogame é implacável, já para as meninas, o TikTok teima em roubar a atenção. O que fazer?


Escrevo, então, para dar algumas orientações sobre como ajudar seu filho neste processo, já que o isolamento social não deve terminar tão cedo.





1. Evite comparações


É muito importante lembrar que cada criança é única e, exatamente por isto, não pode e não deve ser comparada nem com colegas de sala e nem com irmãos.


Há crianças que se adaptam muito facilmente ao chamado home schooling, outras nem tanto. Algumas ficam muito concentradas e até gostam da interação via tela, outras se dispersam facilmente e se incomodam com a troca à distância.


Para as crianças e os adolescentes que não se identificam com a aula online, a fase que vivemos será um desafio maior, então, ao invés de compará-los aos que tem facilidade, vamos apoiá-los e buscar recursos para ajudá-los.


2. Qual o ambiente ideal?


Aqui mais uma vez vamos olhar para cada um e entender qual o melhor ambiente para ele. O quarto silencioso é perfeito para alguns. Mas talvez haja crianças e adolescentes que prefiram a sala, por achar que o ambiente é mais dinâmico, por se sentirem mais perto da família. E ainda haverá aqueles que preferirão assistir deitados em suas camas e assistir à aula pela tela do celular. Está tudo bem se estiverem conectados à aula, prestando atenção e interagindo com os colegas. Não cabe rigidez em tempos tão estranhos e difíceis para nós e para os filhos. Vamos flexibilizar!


3. Rotina


A rotina é super importante para todo mundo, isso não é nenhuma novidade. Mas talvez para seu filho esteja difícil se organizar neste cotidiano tão diferente. Então é hora de intervir.


Você pode usar um recurso externo como uma agenda, um quadro branco ou uma folha de caderno e escrever como será a organização do dia dele.


Mas talvez a dificuldade dele não esteja na agenda do dia, e sim em dar conta das matérias. Neste caso, você pode ajudá-lo a priorizar as tarefas que ficaram atrasadas e criar um cronograma para as próximas entregas.


Ter por escrito ajuda a visualizar o que precisará ser feito naquele e nos próximos dias.


4. Tecnologia


Nem sempre temos acesso aos recursos da maneira que seria ideal. De repente a família só tem um computador e os demais recursos são celulares. Em casos assim, é importante equilibrar o uso.


Talvez seu filho possa assistir pelo celular, mas para as atividades ele precise do computador. E aí será a sua vez de fazer a reunião pelo celular! Busque o equilíbrio, só não deixe para ceder o computador ao seu filho tarde da noite quando ele já está cansado. Lembra da importância da rotina?


5. Conteúdo


Que tal você entender o que ele está estudando e você participar dessa construção? Aproxime o conteúdo de estudo às vivências que ele já teve, assistam juntos um filme que tenha a ver com que ele está estudando. Quizz, jogos da memória relacionados ao conteúdo, você pode criar um monte de recursos ou simplesmente conversar. Dependerá do seu tempo e de sua criatividade, e só você sabe o que caberá em sua rotina.


6. Ajude seu filho


Demonstre sua empatia, deixe ele perceber que você sabe que está difícil, mas que você está lá para ajudá-lo. Punir, tirar videogame, proibir TikTok ou Youtube não irá fazer com que ele melhore sua organização. Ao invés de castigá-lo, ofereça ajuda. Lembre, estamos todos vulneráveis, isso inclui nossos filhos.


Converse com ele e busque entender o que está mais difícil neste momento e faça com ele um plano de ação. O que pode ser feito diferente? Quais são os novos compromissos que ele consegue assumir?


Se ainda assim, você enfrentar dificuldade, busque ajuda. Há psicólogos e pedagogos prontos para atendê-lo! Você não está sozinho!



*Gabriela Azevedo é psicóloga, com mestrado em Comportamento do Adolescente, especialista em adolescência e desenvolvimento socioemocional.


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